domingo, 5 de junho de 2016

TEJO LONGE





À sombra do palanque
Se estrado ou cadafalso,
O recital que me falha.
Não sei da produção
Se a farei ou mal a fiz,
Não sei! Não sei!
Talvez culpe os arlequins
Marionetes e sombras,
Fumos e risadas,
Quase tantas frases
Como estas tão vagas.
Talvez a maré vazia,
Um cheiro pestilento
De compostos desgovernados.
Talvez cores lascadas,
Tintas quase caídas
Como as portadas.
A cerca, que foi moura,
Um vale de telhas,
Carregadas em telhados,
Frisos a ferro forjado.
Verde de preferência,
Porque sim, era assim,
Sem opção. É assim!
Torres e sinos
Igrejas e miradouros,
Cheiros mesquinhos
Fugidos ora procurados.
A fama, a moda...
O Tejo!
O som do Sol,
A cor única espelhada que,
Desde o dia ao luar,
Vai a diferença de um beijo.
É isto que vejo agora,
Talvez a saudade,
À noite em Londres,
À frente dos olhos.



05JUNHO2016


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