domingo, 24 de abril de 2016

DIAMORFOSE




O momento imediato é pouco...
Estar num não-lugar, incapaz
De sentir a minha identidade.
Recuso partilhar a minha história,
Tenho apenas uma relação específica
De me auto-criar neste não-lugar.
Estou aqui, de micro passagem,
Um pouco de Marc Augé,
Um pouco de rapidez efémera.
Estar de passagem é intenso,
É a sensação vaga e, tão rápida
Desta hiper-velocidade existencial.
Hiper-modernismo sim!
Tudo evolui tão depressa,
Que não tenho tempo de nada.
O hiper-tudo em todos os não-lugares,
Estar vivo, num espaço de ninguém,
Com a coragem do próximo minuto.
Real, é só o próximo minuto!
Restrito à água que me forma,
De um pó de rocha, que se cala
Que nos engana, porque fala.
Sou um corpo específico,
Sem corpo certo, hoje, amanhã,
Num eterno ciclo não-existente.
Chega a experiência, chega!
Podem levar-me finalmente,
Aqui não aprendi nada,
Um quase tão pouco,
Que me enruga o cérebro.
Estou inerte, à procura de tudo
Neste não-lugar
Que (não)me consome.



24ABRIL2015

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