quinta-feira, 31 de março de 2016

LEVEM-ME





Preciso sair da humanidade
Cada vez sou menos humano,
Não me conheço e dói-me.
Dói-me tudo o que me envolve
Como hoje me dói existir.
Os poderes do divino,
Tiram-me a luxúria da vida
Porque quero vir-me em mim.
Sim! Quero vir-me em mim,
Porque sou o meu maior gozo
E sem este prazer, não posso viver.
Previsões são fáceis, é fazê-las.
Orçamentos são a doença
Quando os resultados adoecem.
Tenho de fugir de mim,
Como sempre fujo porque amo.
Não suporto ver sofrer.
Não é fácil sentir o que dou.
Não é fácil, nem tem de ser.
Prefiro cair de uma rocha,
Enquanto procuro a Beleza,
E escorrego sem retorno e,
Encontro a sabedoria das pedras
Que me abrem a cabeça,
Que deixam fluir o inerte liquido.
Quero viver, caramba!
Quero dar vida e tenho tanta
Que me dói não poder entregá-la.
Venham os anjos,
Levem-me
Por favor!


31MARÇO2016

FALAR A DEUS





Olá Deus,
Como estás?
Eu estou bem,
Ou acho que sim.
Podes ser sincero,
Descer à Terra,
Beber um copo comigo
Na Pensão do Amor.
Conheces?
Podemos ficar calados,
Ou ouvires as lágrimas
Que correm, já tão secas
Como o gelo
Que derrete.
Já não têm sal,
São transformadas
Para o agrado geral.
Só quero entender
A complexidade...
O porquê de tudo o que sinto,
Quando tudo é simples.
Senta-te e cala-te!
Ouve-me meu Deus,
Por amor a Ti.
Olha-me nos olhos,
Sem pestanejar e
Consola-me definitivamente.
Ou leva-me, porra.
Ou leva-me contigo e,
Apaga-me das memórias dos outros
Como que se não existisse.
Falemos de coisas sérias.
Falemos dos inocentes
As reais dores do Mundo.
Quem sou eu para me queixar?
Talvez um dia,
Doente, velho, decadente
Me queixe do tempo,
Da lentidão até à morte.
Morrer não me custa,
Custa-me ver morrer.
E há quem morra ainda vivo,
Continuando a respirar
Sem vida interior que o valha.
Sai lá desse pedestal e,
Anda cá abaixo falar,
Ou sai aqui de dentro.
Fala com a vulgaridade,
Fala comigo porra,
Ou cala-te!



31MARÇO2016


ALIMENTAR A CHAMA





Todos o elementos se juntaram
Num dia como este. Caos total,
Parafernália de paradoxos,
Antíteses ce calores (ir)reais,
Polos opostos e trovoadas
De um frio intenso;
Peles marteladas ao milímetro.
Tudo o que pode elevar os corpos.

Toda a emoção é bizarra,
Quando as cores certas se perdem
O calor e o frio se mistura e,
Ai Deus, assim
Pintado fica o tom da loucura.

Descendo ao corpo,
Neste local enfadonho
Que nos prepara para a rotina,
Separo tudo em opções.
Quero o calor de um lado,
O frio de um outro lado,
E a ansiedade próxima do fim.
Separar emoções...

Calor é um sim e um não.
Desejo e amor, desilusão e perda.
Frio é homogénio,
Relativo, subjectivo
Mas tão semelhante.
Só o desejo é comum aos extremos.
Só a voz que grita interiormente
Me eleva a uma outra pessoa
A que recorro por medo
Sem perder o tino em mim próprio.

Ter várias Eu's é difícil
É perigoso porque tudo transfere
Imediatamente sem incapacidade
Nem travão. Só o retorno resulta.
Cumplicidade e desafios certos,
Loucuras que se alimentam por nós
Como oxigénio alimentam fogueiras.
A chama é responsável por tudo isto.
Sopro-a para que se torne em fogo,
E eu arda sem retorno algum.



31MARÇO2016





segunda-feira, 28 de março de 2016

AMIZADE





Foi um ritmo calmo e,
Um saltar quase mecânico
Que me trouxe a Exeter.
Senti a pureza da amizade.
Digeri os sorrisos,
As gargalhadas puras,
Um desanuviar gratificante.

As viagens, são como oxigénio,
Mesmo sendo pequenas,
São um enorme alimento do Ego.

A história que nos envolveu,
As madeiras ancestrais
Que tocámos como emoção
Ligação de arte e natureza,
Levaram-nos numa viagem
Onde o tempo e o conhecimento
São o orgulho em estarmos vivos.

É uma benção esta sensação.
São as coisas pequenas e simples,
As pessoas reais e puras, que tornam
A Amizade, em amor concreto.

É isso o que fica na memória,
As conversas boas, os risos e seriedade,
Cumplicidades de vida comum!

Grato à vida por estes momentos.
E assim vos abraço!


(obrigado por um fim de semana fantástico Anabela LM e Zé Luis)


28MARÇO2016

sábado, 26 de março de 2016

A FORÇA DA TRISTEZA





Só a tristeza tem força.
Sendo que existindo,
Elevado se torna,
O valor da alegria.
Ou na falta,
Se sem quantidade,
Se sem objectivo certo,
É ilusão do impensável.
É fácil ser realista,
Sem fuga possível,
Apesar da liberdade
Que a alma garante.
Não se foge a prisões,
Nem ao pensamento.
A crueldade de pensar,
É um antagonismo cruel,
Pelo sentimento ilusório.
São as veias da utopia.
Ter força. Ultrapassar
O que o sangue quer,
Desafio egoísta
A que nem os deuses fogem.
Sou mortal, sou real
Nestes mundos paralelos
Onde entrego a minha alma.
Tenho a pouca calma,
Que o meu corpo me dá.
Sentir, pensando,
É o fogo irreversível,
Que me queima por dentro.
Sou a lava e o vulcão,
Um borbulhar nas veias.
Jorrando eu a vida,
Petrifico os ócios, e
Aumento o espaço inerte
Onde um dia serei raiz.



26MARÇO2016

quinta-feira, 24 de março de 2016

SEI QUE SIM





É um caso,
O meu caso.
Ser simples,
Inadaptado.
Quero paz!
Emocional,
De corpo e alma,
Contigo!
Influências.
A mente,
As dúvidas,
Os medos.
São segredos,
Sim, são!
Mas sentes,
E sinto,
E vamos.
A loucura,
Será isso.
Será imensa,
Como beijos,
Toques e,
Cheiros!
Liga-te a mim,
Penetro-te assim!
Não fales.
Olha-me e,
Sei que sim!



24MARÇO2016

SÓ O RIO SABE





Só o rio me ouve,
Quando o peito me cala.
Só entendo este silêncio,
Que me amordaça as palavras
Por serem tantas, as que não sei dizer.

Só o rio me fala,
Olhos nos olhos, com um brilho
Tão único como o reflexo das ondas.
É a prata dos espelhos esmorecidos
Que a água tem mestria em imitar.

Só o rio me cala,
Quando o impulso grita,
As mãos me saltam dos pulsos
Para te amaciar a pele e o corpo.
De todo o teu corpo
Temente ao tremor do desejo.

Só o rio entende,
Quando me sento à beira,
Quando deixo passar o tempo
Como quando o vento sopra,
Desfraldando as velas da vida.

Só o rio sabe
Quanto gosto de ti.

Só ele sabe!



24MARÇO2016

sábado, 19 de março de 2016

BEIJO-TE





Se eu ficar um dia fora do mundo,
Não será diferente a outro dia.
É uma conquista irresistível,
Criar espaços novos dentro de mim.
Por outro lado, existe o bom,
Que o novo também o é, mas
Deste lado do meu mundo,
Sem passar o tal portal necessário,
Como que um holograma fosse,
Me abraço à tua imagem.
As sensações falam. Gritam.
Gritam comigo ao ouvido,
À flor da pele. Na tua pele.
E sem gostar de ruídos,
Amo este som intenso,
O eco que me agarra ao solo,
E às paredes, e às nuvens, e
Os lábios que nos colam a boca,
São desejo de só o que não vemos, se cria.
É bom fechar assim o dia.
Depois das palavras inteligentes,
Que nos conquistam e absorvem,
Sentir o sorriso da reticência,
Com o cheiro do corpo ausente,
O tacto dos dedos presentes,
O nosso abraço de boa noite.
Um beijo longo, é a essência
Do que de mais natural se complica,
Quando a simplicidade da ausência
Se transforma neste nosso enigma.
Beijo-te!



18MARÇO2016

quinta-feira, 17 de março de 2016

A DOR QUE SINTO





Já tenho medo de escrever
E mostrar por aqui o sinto.
Já não sei se amar é bom,
Se sinta o que não sinto,
Se o que sinto é o que deva,
Mas sei que só me sinto bem,
Quando sinto o que mostro,
Porque mostro o que sinto.
E sinto tanto que me dói,
E doer não é corpo,
Porque o corpo já não dói.
è a dor que se sente
Que não se vê, mas é ela
A mãe de toas as dores
Que me doem ou acho que sim.
Porque a dor que sinto,
Não é a dor que sei nem vejo,
A doe que dói não é fácil,
é a dor que sinto... agora.



17MARÇO2016

TORNAR-ME FORTE








O quer era para ser um abismo, 
transformou-se num alpendre, 
onde me embalo ao sabor do vento, 
que de tão fraco me torna forte. 
Tornar-me forte, 
é o cansaço do tempo que 
já não me definha as rugas, 
pois a pele, arrepiada pelo amor 
que farei agora até extenuar, 
é o clímax de uma vida farta 
de tantos outros amores. 
O que tive, que não tive, 
que tenho, que vivo, 
que viverei, mas acima de todos, 
o que sou! 
E amo! 
E amo-te!




17MARÇO2016

TALVEZ POR ISSO...





Começo a entender a natureza do (a)mar. 
São tantos mares.
A diferença, a profundidade de cada um, 
talvez seja uma questão humana. 
Talvez as emoções, 
se transformem em lágrimas. 
São tantas as lágrimas, 
por esse Mundo fora. 
Gotas de água e sal. 
Juntam-se em rios que, 
desaguam em estuários encantadores 
que se esvaem no mar. 
As cores, são quentes e frias, 
de alegrias e tristezas que enchem a imensidão. 
Talvez por isso, 
o sal se nos agarre à pele, 
quando a água seca. 
São abraços de lágrimas, 
que querem voltar. 
Talvez por isso, 
não exista quem não ame o mar. 
Talvez por isso, 
o crepúsculo nos encante e, 
nos faça parar e, pensar. 
Talvez por isso, 
olhar o vazio tem um poder enorme. 
Talvez por isso, 
eu amo tanto o (a)mar. 
Talvez...



15MARÇO2016

FORMA DE ESTAR




Decididamente adoro a vida!
Que não existam duvidas!
As duvidas são o meu diário.
A forma de estar, o dia e a noite,
A sobriedade e o diverso.
Perco-me no gozo dos sentimentos.
Só peço a Deus que me poupe.
Que não me gozem, por favor!
Os meus sentimentos, são...
Tão únicos como a religião.
Sem fundamentalismos,
Mas com as certezas do amor.
E quero-te tanto. Mesmo assim,
Quero-te como ninguém.
Se tenho de dar, darei.
Se tenho de ser, serei.
Se tenho de acreditar...
Sou feito disso e acredito!
Só te quero aqui, comigo
Mesmo em alma, um sorriso
Um cheiro somado,
A pele que cheiro, ausente
Mas sempre o que de puro somos.
Ler-te, ouvir-te... foi benção.
Sentir o que sinto, é privilégio
E amo-te.
Assim, como tu sabes!



17MARÇO2016

segunda-feira, 14 de março de 2016

TERNURA





Hoje
Já é noite.
Pássaros
Adormecidos,
Nem um pio.
Um arrepio,
Lua à janela,
Gatos pardos.
Delicadeza,
Meiguice e
Ternura.
Uma foto.
Um cheiro,
Uma festa.
Um abraço,
Vontade.
Boa loucura,
Outra festa,
Um beijo.
Eu...



14MARÇO2016



domingo, 13 de março de 2016

SANIDADE INSANA




Acho mesmo que enlouqueço.
E não me queixo, porque amo
Ficar fora da sanidade assim,
Com música nos píncaros
Sem sonhos inalcançáveis,
Com desvios à norma quanto baste.
Este mundo é difícil de digerir,
É difícil de suportar, mas quero
Aiiiiii, sim quero ficar aqui;
Para já, sem queixas ainda
Porque me queixo na mesma,
A toda a hora, e só posso viver
Queixando-me do mais que falta.
Ainda falta tanto, para tudo
Tudo o que nunca terei,
Tudo o que já não me chega de tempo.
Quero aquecer o cálice,
Sentir o crepitar das brasas
E o queimar do vidro nos dedos.
Sentir o cognac engrossar
Num veludo que me fará voar,
Por cada bafo que junto
Num cubano que não me co(h)iba.
Quero enlouquecer assim,
Cheio de razão na mente
De Soberba ainda presente,
A quente e a frio,
Como as brasas que morrem
Depois da queima, e voam...
Prefiro passar por estes estágios,
Que andar adormecido e enganado
Por qualquer motivo indeciso,
Sou vivo como a chama,
Áspero como um glaciar,
Mas que no toque, me sintam
Como eu sinto o veludo do ar.
Quero tanto ter-te...


13MARÇO2016

sábado, 12 de março de 2016

O PODER DAS MÃOS







Esqueço-me às vezes,
Do poder das mãos.
Adoro essas tuas mãos,
A subjectividade e delicadeza,
Na beleza que o olhar sente e,
Que as mãos não tocam.
Rasga-se-me o peito,
Pela tua ternura nelas,
A sensibilidade nos dedos e,
A inexplicável sensação do amor.
Quem ama tem o dom nas mãos.
Personalizar o toque, é
A sensação mais sensível
E próxima de um beijo.
Esqueço-me da realidade,
Da falta de toque essencial,
Do desdém ingrato.
Quero esquecer coisas,
Tantas coisas que deixo atrás,
Porque é tempo de andar.
Caminhar um novo caminho,
Sempre que tropeço,
Sempre que estes impecilhos
Se me atravessam à frente.
Ando devagar, de olhos no chão
E vejo muito pouco à frente.
Tenho pena do que deixo,
Porque deixo e me faz pensar.
Decisões são carisma,
Carácter de uma vida necessária,
Até ao próximo entendimento.
Não há dor (re)corrente,
Nem dificuldades na minha mente,
Apenas um passado que passei,
Que desisti quando acabei,
E este momento, de pulsar no peito.
Esqueço-me às vezes,
Do fantástico sentir que sinto,
Quando me salta o sangue assim
Neste meu pulsar apaixonado!
A idade não interessa.
Quero-te aqui, comigo!



12MARÇO2016

LÁGRIMA






Existem lágrimas teimosas
Que sem razão aparente,
Aparecem.
Num instante.
Num repente, cai uma
Sem saber de onde veio,
Sem saber porquê.
Quando assim é,
Admiro-as, por mim
Porque é assim,
Que sou e serei.

Esta provei-a,
Sem sal,
Uma gota d'água.
Pergunto-me eu,
Se finalmente virei fonte(?!).
Choraria mesmo,
Sabendo que sim.
Ser nascente, é o delírio
Toda a pureza que me alimenta,
Porque sou feito de água.

Gostei de acordar,
E chorar uma gota,
Que de gota tem tudo,
Porque é e foi pura,
E sou Eu.



12MARÇO2016

sexta-feira, 11 de março de 2016

MUDAR DE JUÍZO




Mudar de juízo.
Mudar de ideias.
Mudar de sentidos.
Mudar de vida.
Mudar tudo...
O quê? Sei que sim.
É preciso mudar.
Tudo,
Nada,
Mais ou menos,
Talvez(es),
Por ventura(s),
Absolutamente(s)...
Mudar equinócios,
Cheiros e ócios,
Nomenclaturas,
Demagogias e,
Aventuras.
É este o Mundo.
Com riscos e famílias
Com matura idade
E maturidade.
Só o pó da cinza
Me acorda.
Nem a dor do corpo
Me dói agora.
Sejamos fortes,
Gratos e pobres,
Ganhemos vida
Por liberdade inerte.
Sejamos Eu's
Porque sei que ganho.
Ou desdenho?
Fica o risco,
Um desenho.
Ficamos nós,
Todos e por encanto,
Enquanto a vida nasce
Nas raízes mortas
Que renascem
Com cheiro, tacto e palato.
Fico Eu
Aqui por enquanto,
Até quando vocês quiserem...



11MARÇO2016

quinta-feira, 10 de março de 2016

FALAR DE CERTAS COISAS






Não sei como falar de certas coisas,
Quando se me misturam sensações,
Desde a euforia do alcançado,
Um corpo desnorteado e cansado,
Mas acima de tudo o sopro da felicidade.
Não choro o gemer das pedras
Que sofrem como as crianças pequenas
Sem conseguir a expressão certa.
Não me regozijo com insignificâncias
Porque ao virar da esquina posso cair.
Só os músculos da face me importam
Não só neste momento, mas cada vez mais.
É a sensação de compressão mecânica
Quase automática mas sempre diferente
Por cada vez que sorrio instantaneamente.
Está de volta o amiudar da situação.
Sentir que quem amo está bem,
Mesmo quando o possível, é menor
Que o desejável. É um objectivo alcançado.
Um objectivo interior, a questão necessária
Para me sentir quase satisfeito comigo
Mais perto de um exemplo de humanidade.
Não estou sozinho. Não posso estar sozinho...
Estão os meus Eu's acompanhados
Por conclusões que não divulgo
Mas com a elegância anti hipócrita
De um bem estar realmente real.
Não sei porquê isto. Este desabafo
Senão comigo próprio. É um outro Eu
Que passa e lê o que escrevo, assimila
E sorri para mim, com um outro Eu ainda
Que aprende a sentir estas dispersões.
Só eu nos entende. Assim seja,
E que todas as dúvidas se mantenham.
Fica esta, uma nova certeza concretizada.



10MARÇO2016

terça-feira, 8 de março de 2016

DIA DA MULHER





Hoje podes dizer
Que é um dia especial
Talvez por ser o teu dia
Que tu dizes ser Mulher.
Sem nada que me desculpe
Que não me force a um beijo
Pelo teu corpo, solto de vida
E que nunca te sintas perdida
Pela facto de seres Mulher.
Tens o poder da vida,
Não por seres ou não a mais bela
Mas por seres a criação
Que trazes no ventre
E que nasce e que cresce e é
A única forma da Humanidade.
Não te deixes enganar
Nem por caprichos tontos,
Nem em ternuras falsas
Que não as do mamilo duro
Do leite puro
E da tua natureza no amor.
Hoje te digo, novamente
O quanto te amo
Mesmo tendo-te longe
Distante da minha opção
Mas ligados na eternidade.
Só tu o sabes
Não sei como, mas talvez
Porque te sinto dentro de mim,
Porque saí de dentro de ti,
E te digo o quanto te amo
Por seres a Mulher maior
Que nunca deixarás de ser,
Por seres minha Mãe!
Talvez por isso, ou por mais ainda,
Sei, no meu peito, como te amo tanto,
Como amo todas as mães do Mundo.

(homenagem simples, a todas as mães do mundo)



08MARÇO2016

domingo, 6 de março de 2016

REMÉDIO CERTO




Não sei se me sinto fraco,
Ou se a fraqueza é natural.
É saúde este estado
Que ainda não final
Tem a finalidade de sobreviver.
Consumir o tempo
Não é sinónimo de ansiedade
Nem necessidade de ajuda.
Deixar rolar com clareza,
Com originalidade e destreza,
Mas com a prática da realidade.
Incrível é estar aqui,
Contra as marés e correntes
Quentes ou frias dos oceanos,
Com os poderes climatéricos
Que passaram a problemas
Tão desnecessários como a fome.
Não sei se estou fraco,
Se enervado com estes resultados.
O que sei desde há muito,
É que o Homem é dispensável,
Pela capacidade de destruição
Tão hipócrita como o conceito.
Sentir, sinto-me forte,
Mas adormecido pela beleza
Do nascer e pôr dos dias
Que me adormecem a irreverência
E me remetem à vossa esperança.
Tenho esperança no Mundo
Mas é coisa que já verei desfecho
Porque o que está feito
Já não tem remédio certo.



06MARÇO2016

AMAR NÃO CHEGA





Tenho esta noite
Um objectivo incomum
Como quase todos
Só porque o são.

Se fossem fáceis,
Não seriam objectivos
Mas factos imediatos.
Objectivar, é pensar
Na meta de uma etapa
Quase como um desafio
Sem classificação final.

Apenas alcançar!
Conseguir alcançar.

É claro que não é fácil.
Para mim não é
Porque há etapas de construção
Em que opções são feitas
Escolhendo umas
Em detrimento de outras.

Tenho pena das que elimino
Assim como as pessoas
Que eliminei mesmo ainda
Gostando delas como ninguém.
Chegamos a um ponto
Onde a reciprocidade é fundamental.

Ganha-se essa perspectiva
Com a maturidade activa
Com a realidade presente
Eliminando o que fica bem.

Penso em mim aqui.
Penso nas relações
Que tive
Que acabei
Neste ultimo par de anos.

Sei que não há nada para pensar.
Mas penso.
Penso porque me importo,
E importo-me com todas as pessoas.

Tenho pena delas.
Tenho pena porque dou mais
Porque sempre dei mais
E fartei de ter um crédito negativo.
Reciprocidade é fundamental!


Adoro e amo
Adoro e amo quem amei
Mas não chega...



06MARÇO2016







sexta-feira, 4 de março de 2016

VULGAR





Sou tão pouco vulgar
Que tenho medo de ser assim.
Nada incomodativo,
Apenas medo de mim próprio.
Tenho esta forma assertiva
De filtrar tudo o que me atrai.
Arrependo-me,
Ou nem por isso.
Sei que acontece...
Não é negligência,
Não é obsessão,
Muito menos egocentrismo.
Nada disso
Absolutamente nada!
É querer dizer sim.
Mesmo que sinta que não.
É ajudar, sabendo que...
Não devia.
É ser abstrato numa leitura
Menos vulgar aos olhos dos outros.
É amar em danação pura
Num rio de canoas partidas
Numa corrente de tempestades.
Sou a superfície do Sol
Galgando labaredas,
Umas atrás das outras
Cuspindo fogos de vida
Por todos os poros
Que já foram frios.
É ser como os rios,
Sem margens certas,
Quase invisíveis mas palpáveis
Nem que sejam só por mim.
Nem sei o que digo,
Nem penso o que quero,
Porque o minuto seguinte
É pouco importante.
Ser vulgar é ser indiferente;
Coisa que me incomoda.


03MARÇO2016

quinta-feira, 3 de março de 2016

CONTAS POR ACERTAR





Olá Deus.
Temos umas contas por acertar.
Sabes,
Não sou ateu,
Mas também não sou teu.
Não deixo de acreditar
Mas sou mais de coisas da ciência.
Factos, mesmo redundantes
Mesmo incompletos pelos mistérios.
A idade.
A porra do Tempo.
A tua prepotência para tirar,
Depois de nos trazer aqui.
Não pedimos nada, nem nascer.
Não pedi a Alma nem o descernimento,
Não preferi inteligência nem vazio.
Mas sinto amor. Vários tipos de amor.
Hoje,
Sabes bem que hoje,
Abusaste conscientemente da felicidade.
Da minha felicidade.
Não gosto nada que abusem de mim.
Abusaram como sabes
Durante muito tempo, muitos anos,
Não tens o direito de me magoar.
Estou triste.
Estou triste e desiludido com isto.
Com esta merda de vida e morte,
De força e fraqueza,
De "a vida é isto"...
Uma merda é que a vida é isto.
Um dia falaremos os dois.
Com outro nome que me agrade
Porque este de Deus é a táctica
É a inteligência da arquitectura disfarçada.
Tens de me explicar muita coisa
Porque me dás a felicidade
E a tiras, assim, num estalar de dedos.
Não a perco, mas tenho de recuperá-la.
Há dias, em que pensar em ti
Me deixa fora do Mundo
Quando sei que estás aqui,
Dentro de mim, no peito
Neste meu Templo real,
Na alma que trais amiúde,
Mas sempre sobrevive à tua ausência.
Um dia falaremos!


03MARÇO2016





quarta-feira, 2 de março de 2016

CHEGAR E FICAR






Chegar e ficar.
Uma aventura grata
Com um destino;
Gosto destes destinos.
Os únicos que gosto
Tirando os das viagens
Que ainda tenho por fazer.

Gosto de partir,
Depois de chegar e,
De saborear tudo.
Partir é importante,
Porque sempre partimos
Quer queiramos, quer não.

Se falasse só de mim,
Partia, mesmo ficando
Pelos voos desertos
E fartas memórias
Que me adormecem.

Há os sorrisos!
Ficam os sorrisos.

Viajar é antídoto
Acaba a miséria na alma e,
O estado catatonico de se Ser.
O brilho do sangue encurralado,
Solta-se pela alegria do que vejo e,
Quero viver!

Cheguei aqui assustado,
Um dia,
E será um dia
Também
Que partirei de novo, já
Assustado por injustiças e,
Pela procura inacabada.

Sairei do corpo
Antes das cinzas.
Darei vida ao vazio
E viverei feliz
Sabendo que renasci.



02MARÇO2016

VIVER-ME...





Cansaço.
Estado estúpido
Na minha natureza.
Contornável,
Por aqui,
Porque sim.
Saudade.
Ânsia do bom,
Da resolução,
Do futuro.
Casa.
Sem paz,
Tanto faz,
Apenas calma.
Realidade.
Uma droga
Absorvente
Martírio,
Necessária.
Eu.
Cabeça limpa,
Cheia e vazia,
Mentalidade.
Viver.
Sentir que sim,
Criar sorrisos
Plantar amor
Colher a vida.
Viver-me...


02MARÇO2016

TODAS AS METAMORFOSES




Desprezei as metamorfoses
por irreais e abstratas. 
Até agora. 
Não tenho o direito
de catalogar a pele dos outros
pela indulgência
que grita por algo imediato. 
A pele seca, 
tudo seca no corpo. 
Secando o cérebro, 
morrem as raízes, 
entrelaçadas em processos
na descodificação 
de todas as sinapses que,
me conduzem. 
Saio. 
Ai sim, quero sair
urgentemente da pele, 
nem que seja por agora. 
Não preciso de asas, 
nem couraças rijas; 
não preciso! 
Já voo como sou, 
já resisto desde sempre. 
Apenas aceito 
todas as metamorfoses.



01MARÇO2016