sábado, 31 de outubro de 2015

CLIMA VOLÚVEL




Tem mudado o tempo,
Todos os dias.
Demais até, digo eu.
Fresco, ameno,
Calor, frio...
Nunca sei.
Mas tem um dom.
O Tempo tem esse dom.
Não de Cronos,
Que é previsível,
Mas de clima,
Que me atrai.
Imprevisibilidade.
Atrai-me sobretudo,
A imprevisibilidade.
É um pouco como eu.
Fica o registo,
Um clima volúvel,
Uma alma efervescente,
Um coração cheio e,
Um vazio,
Que sou Eu.


31OUTUBRO2015

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

SER FELIZ, É SER ASSIM !




Tenho dias assim,
Em que o tempo me confunde.
A meteorologia, é imprecisa,
Contundente e eficaz,
Quando aplica a frieza que tem.
Não é frio que me afecta,
São as outras formas de vida,
Quentes e efémeras,
Que ultrapassam o tempo.
É a falha dentro do tempo,
O tempo só por si não falha,
É muito previsível.
É na questão do durante,
Que me falta a certeza do Mundo,
As pessoas e razões políticas,
A vontade e a inércia,
Tanta coisa que pode ser tanto,
Mas tanto que se torna em nada.
Tenho dias assim,
Sem culpa do tempo.
Arranjo desculpas esfarrapadas,
Para umas linhas confusas,
Para tantos, mas não para mim.
Talvez devesse falar comigo,
Oralmente e sozinho, sem comunicar.
Há tanta gente assim!
É tudo uma questão de coerência,
De bom ou falta de senso,
Mais individual que comum,
Que me leva a "isto"...
Particularmente, fico feliz
Sem juntar o que condeno na vida.
Há tanta forma diferente de felicidade!
Junto-as como posso,
Na quantidade que consigo adir.
Se fico feliz? Um pouco mais
Por cada degrau que subo,
Por cada item de Sabedoria que atinjo,
Por cada pessoa que vejo feliz.
A minha felicidade,
É ver a felicidade nos outros!
Ser feliz, é ser assim!



29OUTUBRO2015

ACROBATAS DA DOR




Já se me fere a inocência que perdi,
O pseudo faz de conta que amo,
Que quero ajudar os impossíveis,
Porque não tenho, porque não me chega.
São afirmações hilariantes e vazias,
Quadros com tela viva, inocupada,
Variante de alguma coisa por formar.
É a vida como a conheço nos outros,
Cheia de contradições auto infligidas,
Com o coitadinhismo inerente,
Cheio de bons momentos inexistentes,
Que se confirmam num sorriso pouco puro.
Um falso sorriso constante, não assumido
Que os acrobatas da dor usam,
Os palhaços na animação falsa,
Que só mesmo as crianças filtram.
Doi-me o qualquer dia, em que já nada
Se me acrescenta, por inexistência do nada.
Estou cada vez mais morto por dentro.
Sinto cada vez maior desilusão de mim,
Dos que como eu, respiram e fingem
Que afinal nada passa de desentendidos.
É tão falsa a existência, que me condeno
Que preciso fazer com que finde o martírio.
Faço parte dele, quero acabar com isto!


28OUTUBRO2015

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O MEU AMOR É ARTE




Há um tanque na aldeia,
Onde se lavavam memórias,
Seco e vazio, mas existe.
É o processo evolutivo,
Que transcende o velho.
A frieza do contemporâneo.
Arte, desnorte ou assim...
Nada que seja surreal,
Tem a justificação do abstrato,
Nem a esperança do vazio.
Tudo tem um enquadramento!
Ponto. Tudo tem um enquadramento!
Escolher a perspectiva,
É o que faz a diferença.
E a construção,
E a criatividade,
E a objectividade...
Ou não!
Preocupem-se os críticos,
Que eu preocupo-me comigo.
Nada que tenha esta interpretação,
Ou outras de arte,
Tem a ver com o que procuro.
Só quero sentir!
Só!
Mesmo só isso.
Sentir!
Sentir o que sinto!
Quando vejo,
Quando leio,
Quando cheiro,
Quando toco...
Tudo isto é amor.
O meu amor,
Porque o meu amor, é Arte!



28OUTUBRO2015

FALTA DE FAVORITISMO




Tenho esta falta de favoritismo,
Que me remete a uma vulgaridade,
À vista dos outros, que não é a minha.
Há quem goste de mordomias. Ponto!
Claro que sim. Nada contra!
Eu, não mudo, nem por nada.
Quero esta minha vulgaridade,
Sem favores de sorrisos falsos.
Nada me faz ser quem não sou.
Depois, há o resto do mundo,
Que não precisa de "gente gira",
Ou realidades "superiores",
Para que a vida corra, feliz.
Há uma hipótese absolutista,
Que absorve a falta de necessidade.
É a isso que chamo humildade.
A verdadeira e profunda,
Sem retornos ou retoques.
Não preciso de "photoshop"
Na minha vida pessoal.
Sou o que sou, admiro tanto
Todas as outras formas de estar.
Todas! Absolutamente todas!
Mas começo pelas mais humildes,
Com o fundo do coração, sempre
Em estados que me ultrapassam,
Por sentir a necessidade que já senti.
Nada de palavras bonitas,
Desejos consumidos em sorrisos,
E pouco mais que nada.
Precisava ser milionário,
Para ajudar meio mundo.
Sou como sou,
O resto, é falsa modéstia.



28OUTUBRO2015

terça-feira, 27 de outubro de 2015

QUANDO O SOL SE ESCONDE




Tenho as raças e fronteiras,
Inteiras e desocupadas,
Para me intrometer,
De uma forma muito calma.
Cheiro os cheiros próprios,
De culturas e guetos,
E penso...
Porque não? É assim.

É a forma fácil de viajar.
Além dos livros,
Sentido o autor,
Viagens privadas, é
Interpretar e interagir.
Sei lá o que quero,
Quando quero o que sei...
Sei que o Mundo apodreceu,
A nódoa existe, com opções.
Só quero que a vida persista,
Porque existe a minha vida.
Eu, também existo,
Mesmo que a verdade custe.

É Inverno, quase
Mas o Verão permanece,
Nestas páginas cinzentas.
O nevoeiro, é químico
Que inverte o estado visível,
Mas sempre passa.
É simples.
O Sol nunca morre,
Esconde-se...



27OUTUBRO2015

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

REFLEXO





De frente ao espelho,
Sentado.
Imóvel.
A luz é ténue, sem brilho,
Sem sombras.
Olho-me.
Não vejo nada,
Além de um corpo,
Que podia ser outro.
De qualquer outro,
Um corpo qualquer.
Só os movimentos,
Me fazem sentir.
Só a monotonia,
Me faz saber quem sou.
Nem o mercúrio ou a prata,
Que me refletem,
Me fazem sentir especial.
Não o sou.
Eu sei.
Sou um reflexo,
De mim mesmo!



26OUTUBRO2016

PENSAR QUE EXISTO




A criação retorna à procedência,
Quando não sei sentir a raiz.
É preciso conhecer o básico,
Para o tornar em estado supremo.
Ou fiquemos pelo intermédio...
Ser vulgar.
Previsibilidade fácil.
Conservar o necessário
Para ficar em relevo.
O quê? Não sei.
Ou sei, mas não vou dizer.
Pensar é um privilégio.
A inteligência, não é Darwiniana.
Aparecem palavras novas,
Como a que acabo de escrever,
Que pouco me interessa,
A importância ou crítica dadas.
Sei cada vez com maior certeza,
Que sou um pó simples.
Não simplório, não me reconheço
Como uma forma básica inteligente.
Só quando penso noutro privilégio,
Dos não inteligentes. Que sorte!
Não pensar, não poder pensar
É de uma sorte incrível. Às vezes.
Não há lotarias na vida. Vivida.
Há uma cadência engrenada,
Onde todos os resultados existem
Por parcelas equacionais do passado.
São resultados. São somas e reduções,
Divisões multiplicadas à abstração.
É a linguagem matemática,
Que me faz pensar que existo.
Daí, a minha origem,
Ter sido uma tempestade
Com um final feliz.


26OUTUBRO2015

domingo, 25 de outubro de 2015

FICO À ESPERA...






Ao olhar para o Mundo,
Chego a várias conclusões.
Não sei se ria, se chore,
Se viva o dia a dia,
Se desligue o futuro.
Acho uma irresponsabilidade,
Um egoísmo fingido,
Onde todos os medos,
Dão à costa em maré vazia.
E por ali ficam...
Medos de encarar a realidade.
Um toque ignorante,
Numa paisagem virgem,
Petrificada por toques
De Medusas inexistentes.
Mitologia é o Mundo ido,
Idolatrado à exaustão,
Por peões de senso estranho,
Mesmo que comum,
Elevados a um Olimpo
Que todos queremos.
Sobram os vulgares mortais,
Como eu, como a idade
E a epifania da vontade.
Sobra-me espaço na Alma,
E esta força de uso imediato,
Quando me apetece dar,
Como quase sempre
Até parar por inércia de outros.
Viver é edificar o muro
Que edifica a muralha.
Morar, ficar descansado,
Sem medo de movimentos
Que me abstraiam da calma.
Sentir, é ser Eu e aqui
Porque de todos os outros,
Sobram-me espaços vazios.
Ser agora o que sempre fui,
Sem perder a esperança
De ser sempre o que quero,
É a equação e fórmula certas
Desta minha fome de viver.
Haja paz e um dia por dia!
Fico à espera...


25OUTUBRO2015

sábado, 24 de outubro de 2015

AMANHÃ EXISTE?





Estou pronto para o voo.
Um qualquer género de voo.
Tenho alisado as penas,
Apuradas a cola e a base,
Só me falta a coragem.
É um completo vazio,
A memória por completar.
Sei que faz falta o luar,
O cheiro da relva aparada,
O delírio dos pássaros,
O riso das crianças...
Falta-me lembrar,
Uma vez mais tudo isto.
Tenho espaços em branco,
E sei que existem!
Sei que existiram, sempre
Verdadeiros ou paralelos,
Será que sei?!
Estou em fase de dúvida.
Mais uma a juntar a tantas.
Se tivesse certezas,
Talvez estivesse mais preocupado.
Amanhã existe?
Acho que sim...



23OUTUBRO2015



RECUSAR A DESISTÊNCIA




Tenho um telefone, já gasto
Por esperar uma chamada.
Sempre a mesma.
Aquela que nunca chega.
Quem sou eu, para ser diferente?
Milhões por aí sem telefone.
É o abismo da esperança,
Que encontro todos os dias.
Tudo porque a tenho,
Utópico e teimoso por mim,
Sabendo de há muito,
Que nada resolvo.
É um dom que tenho,
O dos outros e, não de mim.
Não choro por isso,
Mas choro, claro que choro.
Já não por moinhos e Quixotes,
Já não por sonhos reais e acordados.
Evidentemente que há o sonho,
Nem me desvio do que é fundamental.
Falta-me aquela pitada de,
Um sei lá o quê,
Nem sei bem para quê,
Mas sei que falta essa peça,
Esse pedaço de um pouco,
Ou um nada que me complete.
Quase desisto dos outros,
Mas de mim, nunca!
Nunca!



23OUTUBRO2015


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

ABRAÇO CALADO





Mirrou-me a pele,
Nem de frio, nem calor.
Um momento de fuga.
Fugir do Mundo,
Tal como agora fujo,
Porque o detesto.
Detesto a parte má,
Que cresce,
Com entusiasmo, mas
No sentido oposto,
A tudo o que nasce.
O arrepio, tem paradoxos,
Frio, dor, prazer, desejo
Um pouco de tudo o que vejo.
O que sinto,
Previsibilidade,
Intensidade,
O abraço calado.
O toque dos dedos,
Essa pele, que cheiro,
Que me embebeda a sede.
Só o amor me merece!


23OUTUBRO2015

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

NO TOPO DAS NUVENS





Apetece-me o abraço.
A convergência dos braços,
O aperto dos dedos,
O cheiro, o tacto...
Apetece-me tanto!
A fuga do processo,
De todos os processos estranhos.

É fácil pensar na felicidade.

É como tê-la, vivê-la e tudo...

Apetece-me viver agora.
Descolar sozinho, do corpo
Que me prende a este mundo.

Ver-me. Ver-me ao longe,
De cima, no topo das nuvens,
Onde já nem elas se falam.

A convergência dos sentidos,
A paixão, por tudo e por nada,
De tudo, dos amantes,
Da interminável paz que preciso.

És tu, quem sinto falta.
Do abraço, do beijo,
Do toque, do cheiro,
Da pele suada e colada.
Do amor...

É fácil pensar na felicidade.
Apetece-me um abraço!
A nossa felicidade,
O nosso abraço.


22OUTUBRO2015

SÓ ME PERGUNTO...






Sabes,
Eu sei muita coisa...
Coisas que eu falo e
Não existem.
Mas não desisto
Em acreditar,
Mesmo que o sonho,
Ou algo semelhante
Me afaste,
Talvez até de mim.
Mas tenho um dom
Que me faz feliz.
É como ser ágil,
Um corpo sarado.
É como ser frágil,
Onde tudo rola
À volta da mente.
A razão da vida,
É um acumular de razões,
Que me afectam
Ou, acho eu que sim.
As marés, podem ser pálidas,
As tempestades, inconscientes
Até pelo estrago que fazem.
Só me pergunto,
Se haverá condenação
Quando o motivo é forte.
É por isso que penso tanto.
Tanta coisa estranha,
Intemporal, intransmissível,
Ou como queiras nomear,
A loucura perto da loucura.
Tens um perfume,
Que se mistura com o meu,
E são esses sentidos que importam,
Que fazem sobressair a razão,
Toda esta dor,
Ou o que for,
De amar desta maneira.
O calendário,
É um pedaço de chá,
Infuso e determinado,
Em deixar passar o tempo.
Espero que sim...


22OUTUBRO2015

terça-feira, 20 de outubro de 2015

SOLIDÃO ?





Solidão.
Que é isso,
Solidão?
A minha companhia?
Prefiro!
Melhor...
Melhor que,
Sentir solidão
Acompanhado.



20OUTUBRO2015

DIZEM QUE SIM






Dizem que sim,
Que vai estar frio.
Eu sei,
Já o sinto.
Por dentro.
Mas há a Arte,
O que completa a vida.
A música,
Os virtuosos,
Os Mestres,
E os pobres como eu,
Que se alimentam,
Com fome diabólica
Mais que simbólica,
De tudo,
O que possam alcançar.
É a minha escolha.
Eis a minha opção,
Consumir,
Ao máximo,
O que a Vida,
Na Arte,
Me pode dar.
Dizem que sim.
Que vai estar frio,
Mas eu,
Sinto calor,
Por mais um dia de Ego.



20OUTUBRO2015

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

DONO DO MUNDO





Preparo as cores de Outono,
Como quem prevê a Beleza.
Os tons são sabidos,
Cíclicos e previstos,
E quentes, como o fim do Verão.
Se a escolha fosse minha,
A natureza era mais Outono,
Sem menosprezo de datas,
Com esta paz na Alma,
Enquanto olho as planícies.
Até os lagos e mares,
Nas suas infindas margens,
São cúmplices da harmonia.
A água, canta a sinfonia,
Enquanto escorrem frias,
Nas margens que, como eu,
Inundam um sabor diferente
A cada mudança de corrente.
Como quem nunca morre,
Por cada nascer de dia.
Prefiro a calma da cor,
Que o som da loucura,
À previsibilidade da dor,
Que não quero perder,
Que me faz recolher,
Sozinho, mas não aflito.
São as paisagens, que eu bebo,
Neste eco de silêncio,
Cheio do que é tão meu, onde
Penso ser o dono do Mundo.



19OUTUBRO2015


DEPOIS DE TUDO






Já servi o dia,
Com o prazer de sempre.
Basta oxigénio,
Quando estou acordado.
Basta visão,
Para alimentar os sentidos.
Tudo o resto,
Se desenvencilha em conformidade.
A música espera-me, quieto
Sem nervos ou adaptações.
Um livro que leia,
Outro mundo que adquiro.
Um pouco de Soberba,
Para alimentar o corpo,
Fustigado pela Alma vazia.
Pouco depois,
Pouco depois de activar as opções,
Tudo o resto,
Todo o tal resto,
Enche-se de uma harmonia simples.
Há mais um pouco,
Mais um, dos tais "poucos",
Que me aproximam da fuga,
Que me fazem sentir que sim.
Agora, vale a pena.
Tudo vale a pena,
Quando a distância entre o Eu,
E a minha forma exterior,
Se completam, de tal forma que,
Até Eu as entendo fácilmente.
O ciclo continua, onde
A troca das luzes,
O combinar das sombras,
O sono e a preguiça.
O amor e o turpor,
Renascem sempre.
Depois de tudo,
O resto...



19OUTUBRO2015


domingo, 18 de outubro de 2015

CONVERGÊNCIAS





Há o encontro das Almas
O descodificar do silêncio
A ecografia da ausência
O limiar da imperfeição.
Há um sentido raro
O descuido da ternura
A espuma das ondas
O efeito da vida.
Há esta hora solta
O classificar da loucura
A reverência do divino
O escape do efémero.
Há tempo para tudo
O refazer da destruição
A compostura da perda
O amor ilimitado.
Eu e o Mundo.




18OUTUBRO2015

SABER VIVER




Até que chegue o próximo capítulo,
Há um intervalo de ansiedade,
Que se resume ao passar de páginas.
É ler o que se sente, ou sentir o que se lê,
Construir um mundo num outro mundo,
Ultrapassar a fronteira da realidade,
Entrando no mundo imaginário de outrem.
É bom virar capítulos, lendo!
Mais fácil que os criar, vivendo!
A estratégia da vida, tem mistério.
Estes espaços brancos, onde me debruço,
Como quem tem o maior prazer da vida.
É complicado. Acho até mais que a vida.
Ao viver emoções, sentindo-as ,
Só a cada indivíduo, cabe o ser ele próprio.
A mim cabe-me o Eu.
Este espécimen único, como o vosso,
A minha leitura do espaço branco,
O marulhar das frases rápidas,
Inquietas e irreversíveis na sofreguidão.
Espalhar o mundo, não é possível,
Como impossível, é tentar ignorá-lo.
Sou assim, determinado na sensação,
No sentimento e na procura de justiça.
Sou o que sou, ora forte, ora fraco,
Mas com a imagem que ninguém altera.
Não sei fingir, não sei mentir, nem quero!
Quero que acabe o ódio, onde começa o amor.
Quero que comece o amor, onde acaba o ódio.
Quero estes momentos, a sós, comigo
E a capacidade de escrever o que me vai na alma,
De soltar pelos dedos, o que me vai na cabeça,
Sem preocupações de agradar a alguém.
Cada vez sou mais Eu. Cada vez mais!
Cada vez amo com maior intensidade,
Sem controlo nem vontade de contenção.
Não tenho que ter, nem tenho que dar,
Senão aquilo que sou. Eu mesmo! Assim...
Amo a vida, e o prolongamento da vida,
Porque é aí que começa a arte. A expressão,
A representação, a escrita, a arte plástica,
E acima de tudo, a arte de saber viver.
E vivo!
E vivam!
E viva a vida!


18OUTUBRO2015

sábado, 17 de outubro de 2015

DEPOIS





Uma almofada serve como
Amortecedor da Alma.

Sei lá...

Quero calma!
Preciso de dormir,
Sem hora de acordar;
Sonhos abstratos,
Suores surreais e,

Sei lá...

Um promontório serve,
Onde o salto seja longo,
A queda seja breve,
O peito aperte o nó,
E o ar me falte.

Sei lá...

Viver hoje,
Adormecido em mim,
O escape necessário,
Um qualquer fim.

Sei lá...

Quando me conhecer,
A mim próprio,
Logo me resolvo.
Ides saber!

Depois.



17OUTUBRO2015

PASSEI A SER DIFERENTE





Deixem-me!
Falar em desperdício...
Este que sobra, ou falta,
A felicidade.
Não consigo entender o Mundo.
Juro que não!
Quanto mais aprendo com as pessoas,
Menos as entendo e quase desisto!
Desperdiçar o que se procura,
É uma fórmula estranha. Sem nexo.
Talvez o seja, talvez para alguns,
Os que se queixam, cobardemente.
É triste o materialismo!
É abominável a mentira!
É adorável o realismo e, o sonho.
Onde fico eu agora?
No meio de que conceito?
Não existe. Não existe "o conceito".
Há uma fórmula surrealista,
Que não consigo decifrar,
Talvez porque sou eu.
Talvez por ter asas para voar.
O que me surpreende,
É o desrespeito interno.
A opção do desastre assumido.
Cada vez me sinto mais só,
Quando estou acompanhado.
Não sou mais que ninguém,
Não sou diferente de nada,
Mas perco-me de tudo e de todos.
Absolutamente, estou perdido.
Encontrar-me?
Não vejo porquê!?
O Homem é um bicho indefeso,
Estúpido e aberrante.
Hoje, era dia para ficar sozinho
Numa ilha perdida no tempo,
Alimentada por ar,
Quente como o gelo,
Animada como o mar.
Passei a ser diferente.


17OUTUBRO2015