quarta-feira, 23 de setembro de 2015

LEMBREI-ME DE TI





Enquanto andava no parque,
Ouvi dizer que começa o Outono.
Lembrei-me de ti.
Lembrei-me das cores vivas,
Como os nossos momentos,
Lembrei-me da acalmia do tempo,
O Sol baixo, mais brilhante
Muito mais brilhante que costume.
A quietude, as cabeças juntas,
As mãos e os dedos entrelaçados,
Indiferentes ao frio que não importa.
As palermices que eu digo,
Como sempre o faço,
As gargalhadas parvas
Que aquecem o vazio.
As cores das ramagens,
As paisagens dos lagos,
Que também aqueceram
Na metamorfose da cor.
As árvores, as folhas caídas,
O campo, o assobio do vento,
O murmúrio da corrente.
Toda a harmonia magnética,
Que dá vida à morte com cor.
Tudo junto, é a memória
Dos Outonos,
A fuga sádica do tempo,
Como nós o somos.
Quando imagino as imagens,
Sinto o que o pasto sente,
Na queda das folhas, no toque.
É como o teu cabelo,
Que se arrasta no meu peito,
Enquanto fazemos amor.
Sou alazão de puro sangue,
Que cavalga sem cansar,
Enquanto te sinto assim.
O relinchar é um gemido,
Pelas folhas caídas,
Que sabemos nascerão verdes,
De novo, um dia...
Como nós,
Porque amo o Outono.



23SETEMBRO2015



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