terça-feira, 14 de julho de 2015

A DOR DA VERDADE




Podia começar o dia de madrugada.
Não tenho hora, não sou certo sequer nisso.
O meu corpo é apenas uma forma,
O meu estado interno, não é certo,
Recusa-se a seguir o Tempo.
É mau para o corpo, é evidente,
Mas é extraordinário para a Alma.
Acordo no meio de sonhos,
Especialmente quando se repetem,
O que me garante uma futura sensação.
O "deja vu" é frequente.
A sensação, ainda não sei categorizar.
Sorrio por vezes, mas outras recolho,
A receios que não quero ver concretizados.
Tudo acontece comigo. Como o Mundo.
Tudo acontece sem nexo, tantas vezes.
A páginas tantas, Ser Humano, é isto.
Não compreender o que somos,
Saber o que somos, mas não entender,
As reacções díspares da hipocrisia,
Muito menos a consciência da crueldade.
Quando falo em crueldade,
É uma dor estranha,
Que se entranha no corpo e na Alma,
Porque é infligida, sem dó nem piedade.
E eles sabem! Todos eles sabem!
Os carrascos da miséria Humana.
O que me dói, é pensar que,
Nascemos todos iguais,
Sem saber de cor de peles,
Sem saber de religiões,
Sem saber de classes sociais,
Sem saber de castas e escravidão.
O Tempo é impuro.
Mas deixa pureza,
Ao acrescentar a idade.
Só por isto, tudo isto,
Não me faz diferença, senão ao corpo,
Acordar ou adormecer a qualquer altura.
Acordado ando sempre, a mente é dura,
Não perdoa a indiferença da injustiça,
Nem me deixa viver normalmente,
Sem que sinta a dor da verdade.


14JULHO2015


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