sábado, 20 de junho de 2015

MATEM-ME





Eu escrevo.
Porque quero ser Eu.
Talvez ser amado,
Ou odiado,
Ou ignorado.
Porque quero ser.
Quero ser, o que fui,
Sempre.
Um formato deformado,
Uma escultura bruta,
Por esculpir,
Por existir.
Mas existo!
E chegam momentos,
Em que é pena.
O Mundo é pena.
Tenho pena do Mundo,
Porque quero ser gigante,
Como os gigantes do Génesis.
Não sou biblíco,
Sou insignificante, como a fama.
Sou vulgar como a riqueza,
O "material" que me acusam,
Não sou(!), inventam.
Sou um ser que ama,
E por mais que tanto,
Nunca o suficiente.
Porque dou tudo.
Porque prefiro a dor,
Que ver sofrer.
E perco a confiança!
No Homem.
Nos "directos" que fingem.
E finjo que sim.
Que não existo,
Que estou ferido.
Então,
Matem-me.
E sigam,
A vossa pobre vida.


20JUNHO2015

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