sábado, 28 de março de 2015

SILÊNCIO ENSURDECEDOR




Não sei se diga o que devo,
se deva dizer o que calo,
se cale o que não disse,
ou diga o que querem ouvir.
Falar e calar tem o mesmo som.
Talvez o silêncio em voz alta,
como um grito envergonhado,
o medo da acusação, a moda
de calar o que não tem resposta,
ou apenas cobardia disfarçada.
É-me difícil entender!
Saber, eu sei o qual é certo.
Se fale, se cale, se ignore?!
Tenho um gene que não semeei,
que me absorve a dor do silêncio.
Não sei falar em silêncio!
Não sei enfrentar com silêncio,
o que só a palavra resolve.
Não sei se diga o que devo,
se diga o que me poderá calar,
se grite sem alarde. Talvez tudo!
Só sei que não sei ficar calado.

28MARÇO2015

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