sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

UM PASSEIO




Um passeio.
As cabeças e,
os ombros.
Milhares de ombros.

Homens e, Homens,
Almas e, Almas,
Horas e, Horários.

Ninguém liga.
Ninguém olha,
com olhos de ver.
Ninguém sente,
senão o tempo,
o atraso no tempo.

Fui criança.
Sujava, tocava,
arranhava a pele.
E não ligava.
Sentia, sorria.
Sem haver tempo.

A multidão implica,
com a minha inteligência.
Até porque gosto.
Paradoxos do tempo.

O comportamento,
é homogéneo, quase...
Cada vez mais gente,
cada vez menos humanos.

Sobra o lar.
Ainda sobra a chave
de uma porta por entrar
de outro mundo,
dentro do mundo.

Recolher,
ler e escrever,
até adormecer.

E,
Quando a aurora chegar.
Recomeçar.


06FEVEREIRO2015

Sem comentários:

Enviar um comentário