quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

SÓ ASSIM



Paredes, já não me preocupam.
As cores desintegram-se, 
Talvez secundárias. 
Detesto sim, imagens fictícias! 
Preciso de uma pedra! 

Nua e crua,
Tirada ao elemento do Eu.
Quero escopro e martelo.
Quero ter mãos calejadas,
Pelo resultado de uma escultura.
Cada vez mais, mais forte.
Sou eu que me transformo!
Não quero burilar o exterior.
Que se dane o corpo!
Só ele pode sentir esta dor paralela,
Que só a alma consegue gerir.
Quero esculpir um novo Eu!
Entender o que preciso. 

O que quero, o que faço!
Destruir um Ego cansado e teimoso,
Ao esculpir uma alma nova. E seguir!
A Alma velha sofre, uma só dor,
Morrerá com o meu renascimento,
Com a minha nova escultura e,
Só assim, estarei a salvo.
De mim próprio!

29JANEIRO2015
Carlos Lobato

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