quarta-feira, 19 de novembro de 2014

À ESPERA DE ...




É estranho esperar.
Esta perda de tempo que,
me viola a inteligência.

À espera de quê?
Um dia tudo será límpido.
A natureza, virgem,
onde se complementa,
a naturalidade dos dias,
a sobreposição das noites.
Nascer e renascer. A morte.
Só é tabú falar da morte.

À espera de quem?
Um dia todos nós estaremos sós.
A sensação de solidão.
A que se quer e procura,
versus a outra. A indesejada.
A solidão "que não existe". A real.
O retiro teórico do zen.
A realidade futura a que dizemos não.
O acordar um dia. De repente.
A falta de alguém.
A companhia que perdemos,
as frases que não dissemos,
os mimos que não trocámos.
O tal ganho de independência.
A dependência do vazio.
A imagem feliz do dia,
o choro real da noite.

À espera de quando?
A vida, é o tempo mais curto do tempo.
Desperdiçar o amor pelo egoísmo,
as emoções insubstituíveis, trocadas
por um conjunto de paradoxos, que,
não têm de deixar de existir(!).
O tal vazio, o vazio diferente
de todos os vazios a que fugimos.
O real vazio do fim do dia.
As dores que doem mas não doem.
As dores que o corpo transporta,
lá dentro, inertes e sem dor específica.

Tudo isto é ignorância!
Não sei o porquê de ficar à espera.
De quê. De quem. E de quando!

19NOVEMBRO2014

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