sexta-feira, 26 de setembro de 2014

ESQUECER



Sabes o que é esquecer?
Nem eu sei.
Tento tanto, que esqueço.
Esqueci tanto,
que tudo rebenta,
como a onda esquece a espuma,
como a escarpa esquece a dor,
onde a terra desfalece ao beijo do mar.
O beijo é desfaçatez consciente,
que adiamos sem querer o fim.
Sabe tão bem.
Apenas porque sabe tão bem.
É o que foi a primeira fase,
a fusão dos nossos corpos,
o eco mimado do desejo,
a ecografia de um amor escondido.
Que existe. Dentro dos corpos,
que a mente repele sem consciência da dor.
As metáforas do sentimento,
são tão cruéis como a morte,
a interior, a que fica,
a que persiste em viver vazia.
A vida, a que continua,
como dizem todos os hipócritas,
que acham as vidas semelhantes,
renasce da alma que ardeu,
ao varrer todas as cinzas.
A minha vida, é minha,
sem o devido respeito a que tenho direito,
Sem a diarreia mental que vos sai,
dessas bocas e mentes penosas, só vossas.
Amo quem amo,
desprezo veementemente,
quem acha que sabe o que sinto.
Sois grandeza invertida,
nessa vossa grande pequenez.
Gritante é o poder do amor.
A vossa sabedoria, é moribunda,
graciosa insanidade, nascida
da vil loucura escondida.
São atalhos lamacentos,
tapados a passadeiras vermelhas,
falsas como os vossos falsos sorrisos.
São essas fragilidades doentias,
Que me recuso a sustentar,
imaculadas por egocentrismos e,
imagens débeis exteriores.
Estou cansado do faz de conta.
Já me chega a minha coragem.
Morrerei e serei salvo.
Esquecerei e serei esquecido!

26SETEMBRO2014

1 comentário: