quarta-feira, 21 de maio de 2014

NU




Sinto-me nu.
Nudez embrionária,
recolhida ao vácuo.
A um útero feliz.

A nudez é uma parcela
tão imensa como a existência.
Uma aguarela incompleta.
Um esboço por decidir.

É a base.
Sim, claro que é a base.
Um invólucro comercial,
ainda há quem a venda.

Sinto-me nu.
Sinto uma nudez interior.
Sinto quase tudo o que não devo.
Sinto por todos.

Por tudo e por nada.

Não sei se me decida.
Nem como, nem porquê!
Não me cortem o cordão.
Não me roubem o vácuo.

É meu!
Só meu!
Como todos os vácuos.

Deixem-me existir sózinho.
Isento.
Incógnito.
Nu!


21MAIO2014

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