domingo, 6 de abril de 2014

PAISAGEM







A paisagem é hilariante. 
Basta o sonho, 
um fechar de olhos, 
uma planície imensa. 
Sem esforço,
a simplicidade de um sorriso. 
Fresco. 
Natural. 
Tão sentido que percorre a pele do corpo, 
alastrando arrepios 
como pequenos pigmentos 
de uma qualquer cor 
sinónima de felicidade. 
Há um mergulho prepositado 
nesta imaginária escuridão. 
Que não o é. 
Apenas ao fechar os olhos, 
acordado, 
toda a escuridão se transforma 
neste colorido fictício de tons diferentes. 
Se uma moldura houvesse, 
se o espaço fosse suficiente, 
seria uma peça de arte digna 
de qualquer parede de sala. 
Ou de quarto. 
Ou de um qualquer sítio 
desde que me pertença. 
Estou virado para o mar. 
Em corpo. 
Dentro da minha visão 
com uma ondulação fascinante. 
Não é água. 
Não é mar. 
São alfazemas, no seu auge. 
A beleza que, 
neste ondular suave, 
ritmado mas disforme, 
enche-me o olfato 
como se o teu corpo 
me abraçasse. 
E sinto o abraço. 
A alfazema. 
O teu corpo. 
O prazer de todos os cheiros.
Por agora, apenas 
me resta fechar os olhos. 
Navegar pelas marés
que me levem 
num qualquer abraço.


05ABRIL2014

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