quarta-feira, 5 de março de 2014

DOU TUDO E A ALMA



Se houver uma chave e um cadeado,
libertem-me deste estado de graça.
Estou preso na indecisão,
estou abismado com a loucura do amor.
Para que lado me viro?! Não sei!
Será que cairei com estrondo?
Tenho medo da previsibilidade!
Tenho medo destes sonhos violentos,
onde a minha alma é assaltada pelo mel.
Doçura e intenção é raiar de Sol,
que de sempre se torna breve, imberbe.
Não quero conquistas nem desistência.
Quero paz, quero um prolongamento da alma.
Amo tanto! Nunca existo sem amar alguém!
Dou a alma e a calma e a vida e a morte!
Dou tudo e, nunca recebo nada!
Só o afluxo do sangue me respeita.
Só a cadência da vida me torna decadente.
São todas as escolhas que me doem,
apesar de vacinado já sem doença real.
Mas porquê eu?
Porquê modificar-me?
Já não tenho tempo para isto!
Falta-me a paciência necessária.
Amo e gosto e, gosto e amo,
até á próxima indulgência.
Todos os rumos têm regresso.
Inquieto, estou sempre,
mas lentamente e por mim mesmo,
quero beijar o livro da vida.
Quero ser o inventor do real,
o profeta da permanência credível,
mas acima disso, o Rei da minha saudade.
E amo-te, e por isso,
te dou tudo, até a alma.


05MARÇO2014

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