quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

VIVER!



Todos os passos fogem,
Todas as luzes se apagam,
Nascem crianças incógnitas,
Morrem velhos abandonados.
Apagam-se as candeias,
Esfumam-se as fogueiras,
Nasce a madrugada.
Soam flautas e metais,
Por cada estrela que nasce,
Rufam tambores de festa,
Reza-se a fé perdida.
Deixem passar a procissão.
O ritual que se perde amíúde,
Óstias e vinhos sagrados,
Andeiros e padres,
Liturgias e essências,
Pantominas do ser humano.
O eco dos passos,
Vidas que o não foram ainda.
Chamem pelas almas vivas,
Orem à vida que desflora da pele.
Chamem nomes ao crepúsculo,
Idolatrem um amanhecer digno,
Gozem a madrugada, é prazer eterno!
Efémero sou eu.
Apesar da minha leveza,
Até as rochas falam comigo.
Basta silêncio.
Paciência para ouvir.
Morre um qualquer homem,
Enterram-se os hábitos.
Chorar não é solução,
é frustração e tristeza,
Já tenho por quem chorar.
E chega!
Agora, sorrir é necessário!
Andar e correr e cheirar,
assim o ego persista.
O silêncio, não se cala comigo.
São vielas sujas, abandonadas.
Só as estrelas brilham.
Viver!
Viver!
Só vivendo serei (s)alvo!


26FEVEREIRO2014

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