sábado, 11 de janeiro de 2014

APETECE-ME FUGIR...



Tudo o que me rodeia não deixa de me surpreender.
Admiro a coragem do dia a dia, apesar de obrigatória.
Quando acordo, alongo o corpo preguiçoso,
para poder acordar relativamente activo para o que se segue.
Admiro a coragem de quem não tem tempo para isso.
Normalmente é no final do dia que materializo a realidade.
Chamem-lhe meditar, introspecção, ou o que quiserem.
Penso, apenas penso na dificuldade real da pobreza.
Não sou rico, longe disso! Neste preciso momento,
agora mesmo quando escrevo, não vivo o mais saudável.
Saudável, lá está, não é só respirar livre da doença corporal.
A tal coragem, é o antídoto possível para a cura.
Aqui, realmente acordo para a vida. Todos os dias.
Os pequenos movimentos, condicionados ou não,
despertam as palavras que nem se dizem nem pensam.
Está tudo expresso na (in)diferença das feições.
Claro que é bonito a atitude positivista! Claro que sim.
Só pergunto, até quando? Quando será que acaba?
Há um momento onde toda a maquilhagem que usamos,
perde a validade enriquecedora da imagem, e cai.
Desfaz-se, enruga, esmorece, mistura-se e por fim, plim...
Foi-se. Ficamos por aqui, antes da magia do disfarce.
Claro que a entrega à desistência não faz qualquer sentido.
Mas o que admiro mesmo, é a realidade. Nua e crua.
Assim, quando saio à rua, quando me misturo no mundo,
absorvo a cada toque de ombro, um olhar real de cada um.
O momento, não tem tempo de mudar o pensamento.
Há ódios, amores, tristeza, alegria, cobardia e coragem.
Basta um olhar, profundo, para ler a experiência dos outros.
Há tanta coisa em cada indivíduo por interpretar.
Interpretar tudo isso, é uma matéria arriscada, é transmitir
e receber todas as dores e sensações que me podem acontecer.
Agora, neste preciso momento, preciso sair à rua.
Apetece-me decifrar um pouco mais da vida.
Apetece-me fugir do mesmo que os outros fogem.


11JANEIRO2014

Sem comentários:

Enviar um comentário