quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

SOBREVIVÊNCIA




A cadência do vazio,
Aumenta o desespero.
Passa o tempo inocente,
Numa calamidade anunciada.
Previsão de um fim.
Euforia de um início.
Venham os anjos,
Misturados entre nós,
Alimentando a esperança!
Falta-me a paciência,
Já tanto tempo de espera.
O stress da multidão,
Transforma a ansiedade
Em comum mecanismo ávido.
Apenas um denominador comum.
Sobrevivência egoísta assumida.
Tantas formas de vazio puro.
Tantas mentes sugadas,
Em corpos mecanizados
Por impulsos cardíacos.
A estrutura, corroída pelo tempo,
Arrasta-se, em objectivos
Raramente alcançados.
O som dos passos aumenta,
Por  pressão mecânica do corpo,
Mais leve de peso esfaimado,
Mais pesado em ombros caídos,
Sem sorriso que altere a existência.
Nascem as crianças como luz,
Um aquecer de almas perdidas,
Que de soltas se encontram,
Na procura desesperada de um sentido.
Alimentam-se e crescem,
Sádicamente rumando à tristeza da falta.
Recicla-se o tempo perdido.
Sossegam as mães exaustas,
Incertas do dever cumprido.
O sorriso é cópia da felicidade,
Tentando resgatar a origem da alma.
Sobrevivência!
Reencarnação de mais um dia.

04DEZEMBRO2013



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