segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

ABSOLUTAMENTE NADA





Apenas o "destino" me acalma.
Adivinhar o que já foi escrito.
Neste momento estou solto.
Desfibrilado em batidas cardíacas,
tão certas e mecânicas que aborrecem.
À minha volta, tudo é hipótese,
solto que estou de paixões e coisas assim.
Estou vazio, seco e sem vontade...
Há tanto espaço para preencher,
tudo me parece absolutamente nada.
Tenho medo da introspecção, juro!
Tenho medo de pensar tanto. Em tudo.
Deixei de ter o meu mundo, não posso.
Ando sempre à frente de mim próprio.
O meu crucífixo é este, os outros.
Falta-me vontade para tanta coisa.
Falta-me força física,
falta-me força que admiro,
falta-me vontade de respirar.
Sobra-me dez gramas de alma.
As palavras passaram à solidão,
sózinhas, sem resposta inteligente.
O que era já não o é.
A paixão, dobra-me o corpo,
não pelo peso que teve, mas
por esta falta de ar dolorosa.
Mas tudo passa, tudo muda.
Todas as dores são mínimas.
Todas as dores são corpo,
e o corpo é absolutamente nada!

02DEZEMBRO2013

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