quarta-feira, 11 de setembro de 2013

RITMOS INCERTOS




Poderia ser um pêndolo regulador.
Tal como o ritmo da vida, pensar
em compassos premeditados.
O valor da idade, está na sabedoria
do diálogo comigo próprio,
por todas as máguas e previlégios.
A auréola brilha disforme e incógnita,
pela humildade de todos os momentos.
As opções, essas sofrem de frieza,
tanta como a necessária pela cadência.
O tique-taque do tempo não perdoa,
não admite distracções demasiado fortes.
Tal como sensações que mexem comigo,
só com responsabilidade fingida me escapo.
O tempo joga comigo. Um tabuleiro de xadrez,
peões e mordomias de posições tácticas,
desviam-me do curso natural da indiferença.
O ritmo a que obedeço sem esforço,
chamo-lhe cardíaco, pelos impulsos quentes,
como única forma de combustível viável.
Todo o envelhecimento do corpo é secundário,
todas as rugas, são aneis de idade de árvores,
tão seculares como a minha própria alma.
Regulo-me como peça de um xadrez real,
táctico e improvisado conforme o minuto seguinte.
Tudo o que me regula, perde o ritmo natural.
Natureza e divindade são o resultado
de todos os pêndulos imaginários que alimento.
Já não sei se estarei lúcido daqui a pouco,
talvez mude de ritmo como a imprevisibilidade.

11SETEMBRO2013

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