domingo, 1 de setembro de 2013

JÁ NÃO ME CHEGA O TEMPO



Custa-me prever a ansiedade.
O tempo, está exausto e triste,
já não chego ao final do que me falta.
Preciso de espaço, muito!
A essência do meu monólogo.
Oiçam apenas, inertes e
previsíveis como a morte.
Já me falta tempo!
Serei mais um inacabado,
com tanto por dizer.
Seca-se a pele e rasgo-me,
no inchaço do desabafo,
cuspido de um útero,
ou prisão imposta de vida.
Já não tenho tempo!
Queria subir ao topo do Mundo,
talvez em retorno ao Olímpo.
Mensagens são encafuadas,
em garrafas velhas rachadas,
como redomas grossas usadas,
sem mar que as leve e pese,
sem alguém que as leia ou sinta.
Já não me chega o tempo!
Todo o tempo que conheço,
teimoso o passado, sempre
assombra este esforço que faço.
Precisava dizer tanta coisa,
a tanta gente que já não sinto!
Marejam os olhos secos,
sózinho em desertos virtuais.
O tempo parte, egoísta
como a chuva que passa.
Já não sou eu...
Apenas concluir com inteligência,
a lógica da existência.
O tempo, já não me chega!

01SETEMBRO2013

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