sábado, 7 de setembro de 2013

INSACIÁVEL




Sou como uma nuvem de pó,
Insignificante ao bafo do vento,
Ágil abstrato em moldura viva.
Sou a cinza da matéria viva,
Retorno tresmalhado, sem corpo,
Com um final certo e previsível.
Recomeço onde sempre nasci,
No útero das almas perdidas.
Não foi sexo que me criou,
Nem amor que padeci por encanto.
Foi o pó do mundo que me fez,
A miséria unida na podridão humana.
Fui o virús que me tornei,
Com a cura emergente de vida.
Falo por falar, dirão uns tantos.
Fico por ficar sentem os outros,
Só por me verem como mais um.
Sei da insignificância do Homem!
Condeno arrogâncias poderosas,
Tão frágeis como a morte certa.
Moldarei uma nova Torre,
Sem diferenças, castas e línguas.
Sem valores de matéria desnecessária,
Que não sejam a inteligência .
Sobreviver ao tempo, não é injusto.
Aproveitar a estadia no corpo,
Tem prazer orgásmico na mente.
Servir o escravo é sapiência,
Como gota d'água em terra seca.
Enraízo a vontade da vida,
Tão simples como foi criada.
O Sol e a Lua, a noite e o dia,
Os sexos e um paraíso por viver.
Do pó me criei, ao pó voltarei.
Mas agora, no intermédio,
Insaciável será o meu prazer,
Da vida, do pensamento,
E de uma mulher!

07SETEMBRO2013

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