domingo, 29 de setembro de 2013

INÉRCIAS




O preço da inércia mata-me.
É tão barato que abunda por aí.
Há coisas que deveriam ser caríssimas,
Inatingíveis e detestáveis como a inércia.
Não quero confundir nada.
Preciso de um pouco de espaço
para que tudo mexa à minha volta.
O tudo pode ser pouco, uma imagem,
uma ideia, um olhar e até um beijo.
Preciso sentir um sopro de liberdade.
Deixar os compromissos que me afogam,
deixar de me sentir cada vez mais pequeno,
cada vez mais ínfimo dentro de mim próprio.
A felicidade começa nos dedos,
estes meus quando escrevo sem opressão,
sem medos de lesões e passos torcidos,
sem medo das horas que não param,
com a coragem liberta da minha alma.
Já era tempo de findar estas ocasiões.
Os martírios concentrados de tudo.
Que defeito este o meu, caramba...
Morreria eu de inércia,
para poder entender os outros.
Estou condicionado a tão pouco,
um todo que não preciso demais.
A fé perde-se na falta de respostas,
onde o antídoto não funciona,
onde as respostas não respondem a nada,
Onde a inércia se alastra a todas as coisas.
Nem o deserto é inerte,
disfarça ambiciosamente o poder do nada.
Os meus nadas, tento perdê-los com intenção.
Apenas me doi permanentemente,
a inércia dos outros, e dos outros ainda,
que sofrem pela inércia dos primeiros.
Morre-se lentamente, pela facilidade da inércia.

29SETEMBRO2013

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