domingo, 30 de junho de 2013

ESTE INVÓLUCRO DE CARNE



Sinto-me à deriva, dentro deste corpo.
Um calor infernal que, o tempo decide,
Uma oferta abusiva, porque nada pedi.
Sinto-me dentro do Inferno,
Porta que não transpus, mas entrei.

Tudo isto é penitência premeditada.
Sou punido por nada ter feito de grave,
Sendo o pecado simples, como viver.
Este é o preço, deste lado do Mundo,
O mundo das personalidades, dos Egos...

A noite, a sombra, têm um "não sei quê",
Uma harmonia inexplicável. Até eu sinto isso,
A calma alcançada. O relaxar da minha alma.
Não desabafo com complexos, queixas,
apenas me sinto ardente neste corpo.

Tenho estes dias, de vontade meio louca,
Sair do meu interior, saltar do meu invólucro.
Adormecer, é uma sensação de poder intenso,
Intenso até que apercebi, o tanto que posso,
O tanto que quero aproveitar este paralelo.

Chamem-me doido que, pouco me importa!
Chamem-me o que quiserem, terei pena.
Não de mim, mas da vossa infelicidade.

Gostava que entendessem estas palavras.
No fundo, como humano e, carente de vida,
Desejo vida a todo o Mundo. As duas vidas.
O ser Eu, e Eu ao mesmo tempo.
Aqui. Por aqui. Sempre aqui. Diferente.
Apenas Eu, um ser complicado quando fala,
mas tão simples quando pensa e vive.

Tenho esta chama de cordeiro aqui no peito,
Um "Agnos Dei" que criei, por associação.
Quero ser simples nesta variante,
Pensar o porquê, para quê, tudo isto.

Viver.
Viver feliz, até à eternidade.


30 JUNHO 2013

Sem comentários:

Enviar um comentário