segunda-feira, 24 de junho de 2013

CONVERSAS REAIS



Sei de uma conversa que tive.
Falei imenso sobre absolutamente nada.
Sonhei.
Sei que falei imenso.
Falei do desespero das causas.
Falei da falta de comunicação das pessoas.
Falei a um ser imaginário que,
para meu desencanto, não imaginei.
Falei sózinho, portanto. Acho.
Mas conversei sériamente de muita coisa.
Todas as coisas essenciais que,
normalmente nunca falo com ninguém,
Tal como nos sonhos que, mesmo acordado,
se vão formando na fase mais utópica.
Até o cão aqui ao meu lado sonha,
de uma forma tão egoísta como eu.
O sonho, é e funciona no meu paralelo,
como se fosse um ser diferente,
dentro do meu próprio corpo.
Se é boa a sensação, peca a resposta
pela incerteza. Sabe bem e sabe mal.
Como todas as coisas e interpretações,
como todos os estados de espírito.
Mas converso, e muito, comigo próprio.
E sou violento na crítica, não me respeito.
A admiração, também existe, como existe
um pouco de crédito que dou, em tudo,
como a todas as coisas ou a pessoas,
em que já que não acredito.
Fico curioso quando acordo.
Fico estranho na minha preguiça,
tentando relembrar estas conversas.
Os assuntos são tão diversos, é a inexistência.
Nada existe apesar de tudo na realidade.
Relato e discuto o sonho, com o sonho.
E acordo assim, com uma vontade diabólica
com uma ânsia incrível de conversar,
sobre aquilo que não atinjo ainda,
sobre tudo o que nada sei de todo.


24 junho 2013

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