domingo, 20 de janeiro de 2013

VERTIGEM



Sinto neste momento vertigem do dia.
Sinto-me agua sugada pela gravidade da lua.
A vertigem das mares inunda-me,
suga-me da encosta onde quero ficar.
A aventura de outro lugar. Nao sei...
Inundar outra mente exposta por mim,
sem que o saiba, sem ter o cuidado da incognita.
A vertigem e uma sensacao fantastica,
o limite do abismo, na queda ou na subida.
A perda da memoria como loucura distraida,
adianta os passos onde o chao falha.
Nao ha queda na vertigem. Um remoinho
que me pressiona o peito, sem o ver...
Sentir deslocar-me em qualquer espaco,
abrupto ou lento, sem me mexer. Unico!
E chega a noite, atabalhoando qualquer mare.
O remoinho das ondas que me enrolam,
na minha asfixia de vida inteligente.
O afogar de maguas nestas aguas, nao morro...
apenas sinto a vertigem de outro mundo.
Espero... claro que espero. Nao vou ja!
Mas a sensacao deixa espectativa, atraccao.
A vertigem e como um magnetizar da alma,
confusa pelo caminho seguinte, um novo rumo.
A confusao da noite, sopra a luz que resta
numa escuridao que me ilumina os passos.
Destros, compassados e bem assentes
num qualquer chao que se me escapa,
onde o quase panico me faz andar indeciso,
sem tocar uma base solida que me suporte.
A vertigem, concluo eu finalmente,
tem o poder do proximo dia, da vida.
Uma vida sem sensacoes fortes, passa
apenas por passar. A contagem decrescente,
onde o tempo governa, a incognita permanente
de qualquer queda. O potencial eminente,
em qualquer proximo passo. Nao desisto,
fico dependentemente livre na vertigem.

20 JANEIRO 2013

 

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