domingo, 27 de janeiro de 2013

O PRÉMIO



O prémio.
O meu prémio.
Uma vida medalhada,
sem medalhas palpáveis.
O Sol,
manhã maravilhosa.
Este o meu prémio...
Vou sair, sentir cheiros,
do sol, do frio e o meu.
Os abusos dos aromas,
as comidas do mundo,
as arrelias inconformadas,
o praguejar dos loucos,
a mistura das profecias.
É Domingo, dia santo,
os profetas saem a rua.
O Sol, fecha-me os olhos,
com um brilho dedicado.
Um toque de luxo meigo.
Os passos são sem destino,
não sei para onde vou.
Nao interessa...
Aproveito este Prémio.
Saborear a vida, simples
como um cheiro a café.
Um sorriso a quem sorri.
Uma criança birrenta
sem motivo aparente.
E as gentes, tanta gente.
O burburinho dos idiomas,
os mesmos cheiros.
O mesmo Sol, as culturas.
Eu, aqui no meio, premiado
com o dom da vida.
Este o meu Prémio!
Em parte, misturo a saudade,
desejo, amor e paz de espírito.
No fundo, apenas acrescento vida.
Um círculo, um ciclo e, apenas eu.
O egoismo do meu silêncio,
tem a desculpa da admiração.
A interpretação que me apetece,
o abstrato que me apaixona,
um quadro vivo sem moldura.
A delicadeza dos sentidos.
O movimento da vida.
Todo o meu significado.
O Prémio...

27 JANEIRO 2013

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