terça-feira, 6 de novembro de 2012

UM NADA PREVISTO



Será confortável desejar ser ínfimo.
Tamanho suficiente que chegue,
para que sob um cogumelo selvagem
me proteja, modesto, dos pingos de orvalho
que me pesam e dobram, como a chuva.
Reduzir-me à inteligência insignificante,
Trás-me esta curiosidade liliputiana,
em arranjar coragem, sentindo na pele,
a importância imprescindível da pequenez.
Vendo o Homem como um gigante,
imenso, arrogante e de uma inocência
ainda mais ínfima que o meu tamanho,
talvez só o cosmos  justifique esta forma.
Ainda mais ínfima, a nossa nano presença
que ignora, pela nossa insignificância.
A imensidão existe, não pelo infinito,
mas por ser imensa, com muitos nadas,
com muitos infinitos, onde os contextos
existenciais, são tão insignificantes,
Com pequenos planetas, bonitos
como este... e, com vida própria.
Vida própria! O que significa isso?
Não passamos de uma sucessão evolutiva,
sem origem que se conheça, só sabendo
que o final, é definitivamente certo.
Sentir-me assim, tão pequeno como um insecto,
dá-me uma perspectiva minimalista fantástica,
usando o favor da pequenez,  talvez possa pensar,
imaginando e atuando, tal como o gigante mistico.
Conseguir ver tudo pelo divino. O Superior...
O Domínio dos Deuses talvez exista,
como os gigantes bíblicos que nos domaram,
deixando como paga, um esgar de inteligência.
Liliputiano de conto, insecto de espécie,
ou até Homem. Fica a Humanidade que,
não passa de um nada, com final previsto.

06 NOVEMBRO 2012


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