segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

DESPIR-ME DE MIM


Hoje ao acordar,
despi-me.
Despi-me de mim.
Despi-me de alucinacoes,
de procuras vas.
Despi-me de ferimentos e cicatrizes.
Despi-me de feridas que criei.
Quero beijar todas as cicatrizes.
Tornar-me milagre da cura.
Mas nao consigo...
Penalizo-me pela crueldade que nao quis!
Condeno-me pela dor que criei.
Dispo-me de mim.
Quero sentir-me nu da minha roupa suja.
Quero lavar a pele em fragancias simples.
Sentir-me limpo.
Libertar almas e dores,
tentar beija-las em inocencia.
A minha...
A minha estupida inocencia.
Seguir como homem novo,
neste corpo envelhecido por mim.
Iluminar caminhos com esta alma,
transformar dor em doce calma,
e torturar-me sem fim.
Amar o mundo, como me amam a mim.
Pedir desculpa!
Sentir o arrepio do perdao.
A agonia do arrependimento.
E seguir.
Seguir nu.
Vazio do que fui.
Surgir neste final de mim, e
Nascer de novo...
Despir-me de mim!

13 Fevereiro 2012

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