segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

AS PALAVRAS!

As palavras...

As palavras sao... como,
Pequenas obras de arte!

Moldam-se em frases,
Transformam-se em ideias,
Pintam-se em cenarios.

Mas tambem se escrevem!

Sao como o vento!
Circulam num rodopiar sem sentido.
Tracam um remoinho complexo,
Nas ambiguidades do espirito.

Sao lindas, sao duras.
Sao leves, sao agrestes.
Tao poderosas e tao seguras,
Como a pureza das leviandades!

As palavras, tambem sao amor.
As palavras, provocam paixao.

Amor e odio tao juntos, mesmo ali a mao,
Conseguem um poder intransponivel,
So possivel, no rigor da vontade.

Gostava que as palavras falassem comigo!
Afasto-as, em constante virar de paginas.
Beijo-as apaixonado, na ponta dos dedos.
Sem parar, com fervor, com e sem medos!

Quero junta-las. Sentir-lhes o cheiro.
Quero que me entreguem alegria.
Quero que iluminem de noite, o meu dia.

Quero escrever todas as palavras.
Ler o que nao dizem sozinhas.
Declamar em tantos dizeres.
Mas por fim, canta-las.

Que o vento as aproxime de mim,
Como folhas brancas e virgens,
Libertas de compromissos.
Quero que voem sem nexo.
Que me toquem e envolvam.
Que no fim, eu as reconheca.

Fecho os olhos e sinto-as zumbir.
Um zumbir que me enche a cabeca.
Carregadas em polen de flor.
Perdidas nas loucuras da alma.

Sinto as palpebras fechar, cansadas.
Pesadas das palavras que me apaixonam,
Mas tambem com todas aquelas, as outras,
Que sempre me atormentam.

Mas sao as palavras,
Que me enchem de vida.
Que me matam devagar.
Morro de forma doce, mas
Mesmo morrendo,
Ainda me falam... sem falar.

Estou apaixonado por todas,
Por serem efemeras,
Mas tambem imortais!

Estou apaixonado.
Por todas as palavras!

As que nao escreveste...
As que eu nao li.
Nao sei quem es,
Nem porque o que fizeste.

Nao tive tempo, em horas reais!
Nem sequer vontade!
Sei tambem em realidade,
Que as nao escreves mais...

Mantenho porem a mesma alma.
Mantenho tambem o mesmo ego.
Mas alem de tudo, precisode ti e delas...
Preciso senti-las, em mim.
As palavras!

Se sera loucura, nao sei?!
Mas neste preciso momento,
ja nao me alimento,
sem as ter comigo.
Tornaram-se minha lei.

Sempre... Todas!

As palavras...


26 Dezembro 2011

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