segunda-feira, 28 de novembro de 2011

FICAR POR AQUI

Gosto de ficar por aqui,
sentir o tilintar dos segundos.

Gosto de tocar as folhas,
as que dobro que viro, que estrago.
Acompanho-me com este adorar e,
sentir este tilintar dos segundos.

As memórias e as vontades
cometimentos e leviandades,
são como um regato.

Puro, de águas limpias,
sem pararem um segundo
á procura de margens seguras
contornar os desvios, a ternura.

Gosto de ficar por aqui a olhar,
como este regato contorna a vida.

É suja a limpeza do garimpo,
a tentativa de riqueza perdida,
a utopia da possessividade.

Eu, prefiro
sentir o tilintar dos segundos,
retira-me o excesso e, fico limpo.

Gosto de ficar por aqui a olhar,
As folhas cair, as árvores crescer
a brisa empurrar sem esforçar
os insectos, que morrem só por nascer.

Gosto de ficar por aqui a olhar,
Sentir o tilintar dos segundos.

Perder-me na contagem do tempo
que não conto.
Sentir um arrepiar contínuo,
não do ar, sequer do frio
mas por tudo que amo.

Olhar o cinzento da lua
a água que corre à luz do luar.

Gosto de ficar aqui e olhar
Sentir o tilintar dos segundos
E o (a)mar...




28 Novembro 2011

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